Versões: W. B. Yeats


Os pássaros brancos

Quem me dera que fôssemos, amor, pássaros brancos sobre a espuma do mar!
Estamos cansados da chama do cometa, antes de desaparecer e soçobrar;
E dessa chama azul da estrela crepuscular, suspensa numa aresta de céu,
Que nos nossos corações plantou, amor, uma tristeza que ainda não morreu.

Húmido de orvalho chega o cansaço daqueles que sonharam com o lírio e a rosa;
Ah, amor, não sonhes com eles nem com a chama do cometa que passa luminosa,
Nem com a chama azul da estrela crepuscular suspensa em orvalho no seu apogeu;
Quem me dera nos transformássemos em pássaros brancos na espuma errante: tu e eu!

Sou assombrado por inúmeras ilhas, pelas muitas falésias de Dannan e a sua baía,
Onde o Tempo de nós se esqueceria certamente e a Tristeza afastada estaria;
Por instantes longe da rosa e do lírio e no meio das chamas ocuparíamos o nosso lugar,
Se ao menos, amor, nós fôssemos pássaros brancos flutuando sobre a espuma do mar!


W. B. Yeats, «The white birds», The Collected Poems, Wordsworth Editions, 2008, p. 33.

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